Um dos grandes desafios das mulheres no momento de organizar o orçamento é não perder o foco dos seus objetivos pessoais. “Atualmente, as mulheres exercem múltiplas funções: cuidam da família, da carreira, dos filhos. E podem ter dificuldade para priorizar os próprios sonhos, em meio às inúmeras demandas do dia a dia”, aponta a educadora financeira Ana Santos.
Se antes quem controlava as finanças era o pai e, depois, o marido; as coisas estão bem diferentes. Estudo realizado pela Sophia Mind Pesquisa e Inteligência de Marketing Feminino com mulheres nas cinco regiões do país confirma: elas controlam 66% do que é consumido pelas famílias. As mulheres assumiram o papel de gerir os recursos da família.
Por isso, cursos e palestras de educação financeira são pensados exclusivamente para esse público. Ana conta que costuma abordar também questões comportamentais pertinentes ao universo feminino, incluindo aspectos emocionais. “Nosso objetivo é fazer com que elas aprendam a fazer um bom diagnóstico financeiro e ensiná-las o passo a passo para se tornarem cada vez mais realizadoras, o que possibilitará a conquista da independência financeira”, revela Ana.
Além de evitar equívocos, a partir do momento em que buscam orientação sobre finanças, as mulheres conseguem participar de maneira mais assertiva das decisões que dizem respeito ao orçamento e à construção do patrimônio da família. “Ainda lidamos com a visão ultrapassada de que as mulheres têm papel coadjuvante. Com conhecimento, elas irão mudar esse cenário de forma definitiva”, explica o educador financeiro Paulo Pereira
Mercado de Trabalho
Se em casa as mulheres já estão decidindo de igual para igual o destino do orçamento familiar, no mercado de trabalho o cenário ainda é bastante desigual. Mesmo que ambos ocupem os mesmos cargos de chefia, o homem vai ganhar mais, em média. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), eles têm um rendimento médio mensal de R$ 5.222 e elas, R$ 3.575, uma diferença de 31,5%. De todas as mulheres no mercado, 4,7% ocupavam cargos de alto escalão; entre os homens, essa proporção chegava a 6,2%.
Aposentadoria
Mesmo com sua inclusão no mercado de trabalho, grande parte das mulheres ganha menos que os homens e ainda depende de seus cônjuges financeiramente, condição que, provavelmente, irá se estender até a aposentadoria.
“As mulheres precisam estar cientes de que podem ter seus planos de previdência complementar para ter um pós-carreira mais tranquilo. Também é importante ter um planejamento dos gastos, controlar continuamente o que entra e sai e até avaliar a necessidade de fazer cortes. Tudo para conquistar a independência financeira”, finaliza Marcelo Cambria, professor de finanças da Fundação do Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.
(Fonte: www.seufuturovalemais.com.br)